terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A MÁ POSTURA FÍSICA DO DENTISTA

A MÁ POSTURA FÍSICA DO DENTISTA
 
 
 
Ao longo dos séculos, historiadores, filósofos e médicos têm estudado a relação entre trabalho e doença. As pesquisas têm demonstrado como os vários tipos de ocupações afetam a saúde das pessoas, e o desenvolvimento científico tem permitido estabelecerem-se medidas para tratar ou prevenir as doenças ocupacionais. Os cirurgiões-dentistas compõem uma categoria em relação à qual são referidos problemas no sistema musculoesquelético.
As desordens musculoesqueléticas estão relacionadas com as atividades repetitivas.
Os resultados de tais mudanças ficaram patentes no aumento do ritmo de trabalho e na imposição da cadência da máquina sobre o homem (ROCHA;FERREIRA JUNIOR, 2000).
O desconforto muscular é a principal queixa no inicio dos sintomas e aproximadamente após um ano começam os edemas e as inflamações seguidas por lesões musculares.
As doenças ocupacionais mais comuns que encontramos nos dentistas são: túnel do carpo, longa do bíceps, tendinite do supra-espinhoso, tendinite da cabeça e a epicondilite.
Observamos que não é necessário muito tempo de profissão para as lesões começarem aparecerem, explica o fisioterapeuta. A grande maioria dos dentistas procurar o tratamento quando a lesão já está avançada.
 
FATORES BIOMECÂNICOS E SOBRECARGA NA ESTÁTICA
 
A carga musculoesquelética estática está presente quando um membro é mantido, com pouco ou nenhum movimento, numa posição que se afaste da zona de neutralidade da relação de forças biomecânicas, ou contra a ação da gravidade. Isto é,quando a atividade muscular não pode reverter a zero, diz-se que existe esforço estático. O esforço estático excessivo da musculatura é também determinado por agressões externas ao aparelho musculoesquelético, que podem se apresentar na inadequação em nível de mobiliário e equipamentos, cujo arranjo físico e dimensões não respeitem os alcances visuais e dos membros, ou que não permitam ajustes às características antropométricas de cada indivíduo,levando a posturas inadequadas (ROCHA; FERREIRA JUNIOR, 2000).



Não é aconselhável que o cirurgião-dentista permaneça na mesma posição por um longo período (BURKET, 1973). Sugere se a mudança de postura a cada duas horas, para aliviar a circulação e evitar a fadiga muscular. Aconselha-se, ainda, a colocação dos pés o mais alto possível, durante alguns minutos por dia, a fim de prevenir as veias varicosas. Para Hardage e outros (GENOVESE; LOPES, 1991), as dores nas costas atormentam grande número desses profissionais em todo o mundo.

Alguns estudos apontam que a região lombar é uma das mais atingidas. Isso se deve ao fato de os discos do segmento lombar serem muito solicitados na sua função,devido ao centro de gravidade do corpo humano concentrasse nessa região. Knoplich (GENOVESE; LOPES, 1991) demonstra que as pesquisas ortopédicas têm levado à conclusão que a posição sentada aumenta a pressão intradiscal, o que significa que tal postura está ligada ao aumento do desajuste do disco e da coluna.

O Dr. Francisco Miguel, sugere que o dentista realize micro movimentos de compensação alternando a posição dos seu corpo a cada 15 minutos e a cada uma hora pare 2 minutos e realize alongamentos globais.

Não é aconselhável que o cirurgião-dentista permaneça na mesma posição por um longo período (BURKET, 1973). Sugere se a mudança de postura a cada duas horas, para aliviar a circulação e evitar a fadiga muscular. Aconselha-se, ainda, a colocação dos pés o mais alto possível, durante alguns minutos por dia, a fim de prevenir as veias varicosas. Para Hardage e outros (GENOVESE; LOPES, 1991), as dores nas costas atormentam grande número desses profissionais em todo o mundo. Alguns estudos apontam que a região lombar é uma das mais atingidas. Isso se deve ao fato de os discos do segmento lombar serem muito solicitados na sua função,devido ao centro de gravidade do corpo humano concentrasse nessa região. Knoplich (GENOVESE; LOPES, 1991) demonstra que as pesquisas ortopédicas têm levado à conclusão que a posição sentada aumenta a pressão intradiscal, o que significa que tal postura está ligada ao aumento do desajuste do disco e da coluna.
O Dr. Francisco Miguel, sugere que o dentista realize micro movimentos de compensação alternando a posição dos seu corpo a cada 15 minutos e a cada uma hora pare 2 minutos e realize alongamentos globais.
Alterações, principalmente, nos membros superiores e coluna vertebral são freqüentes entre dentistas, muitas vezes se manifestando através de sinais e sintomas que podem interferir, negativamente, na capacidade funcional desses profissionais.

 
A partir da década de 60, elas vêm sendo observadas com maior freqüência. Essa constatação é simultânea à transformação do processo produtivo, devido à implantação da organização científica do trabalho e, posteriormente,à automação do processo de produção.


Na atividade profissional do cirurgião-dentista, esforço excessivo e contínuo é aplicado ao ponto de origem de inserção dos músculos, que se contrapõem à força da gravidade se o profissional permanece em pé durante seu dia de trabalho. Seria preferível que fosse adotada a posição sentada (GOLDEN,1959).

 

MÁ POSTURA PODE INTERROMPER CARREIRA DE CIRURGIÕES-DENTISTAS.
Uma pesquisa do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB) indica que muitos cirurgiões-dentistas estão interrompendo a carreira por sofrerem de problemas musculares ocasionados devido à má postura e organização do trabalho. Segundo o estudo, realizado pela fisioterapeuta Denise Rasia, a freqüência de dores nas costas, ombro, braço, mãos e pernas compromete o trabalho dos profissionais e agrava os sintomas dos chamados Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort).



Na pesquisa foi analisado o trabalho de seis endodontistas (especialistas em tratamento de canal) durante cinco meses, empregando a metodologia da “análise ergonômica da atividade”. Cada um deles com tempos de atuação profissional variando entre quatro e vinte anos em consultório próprio. Dos seis entrevistados, quatro se queixaram de dores constantes. Para Denise, um dos maiores problemas para a identificação dessa realidade e mudança desse quadro é a escassez de informações sobre o assunto.
Por causa da má postura, por exemplo, os CDs ocupam os primeiros lugares em afastamento do trabalho por incapacidade temporária ou permanente, respondendo por aproximadamente 30% das causas de abandono prematuro das atividades médicas.
Em outro estudo feito em São Paulo, em 2002, 60% dos cirurgiões-dentistas admitiram sentir dores após o trabalho e 15,5% confirmaram ter adquirido o problema durante o exercício profissional. A doença mais comum foi a tendinite.

APARELHO MELHORA A POSTURA



Recentemente, durante o 23º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP) – o maior do mundo no setor – 300 empresas nacionais e 120 estrangeiras exibiram os últimos lançamentos na área. Dentre as novidades, um aparelho ergonômico feito para corrigir a postura dos CDs fez muito sucesso: o Ergonomik One. O equipamento, desenvolvido com tecnologia totalmente nacional e patenteado nos Estados Unidos e na União Européia, reduz a fadiga muscular, corrige vícios de postura – porque estabiliza a coluna cervical e lombar – e proporciona apoio ergonômico e funcional. “O Ergonomik One visa auxiliar, facilitar e melhorar o trabalho dos cirurgiões-dentistas.



 
 

 
ALTERAÇOES POSTURAIS

Os fatores ocupacionais são aqueles relacionados ao uso do corpo do trabalhador. O trabalho odontológico requer dos seus executores ações que exigem coordenação motora, raciocínio, discernimento, paciência, segurança, habilidade, delicadeza, firmeza, objetividade, etc., ações essas que, em conjunto, exigem muito do profissional. Segue abaixo algumas doenças que acometem o cirurgião dentista: 
• As dores nas costas, decorrentes de má postura ocupacional, apresenta maior incidência nas patologias da coluna lombar que estão relacionadas à postura profissional. 

• Postura sentada : aumenta as complicações no sistema circulatório devido a postura estática por longos período,tais como varizes.

• A DORT - Lesão por trauma cumulativo, é a denominação dada a um quadro doloroso que acomete tendões, bainhas sinoviais, músculos, nervos e ligamentos e ocorrem principalmente nos membros superiores, região escapular e pescoço. Apresentando uma incidência em marcante nas doenças da modernidade. 



As recentes pesquisas a relacionam à organização moderna do trabalho, face à sua exigência de automação e sofrimento psíquico. Inúmeros fatores existentes nos ambientes e processos de trabalho contribuem para causar a DORT, como por exemplo: necessidade de execução de movimentos repetitivos e finos; exigência de velocidade de movimentos; equipamentos inadequados; ritmo acelerado de trabalho; ausência de pausas durante a jornada de trabalho; pressão de chefias; exigência de produção; pagamento por produção; estímulo à ; jornadas de trabalho prolongadas.
A DORT é uma síndrome dolorosa caracterizada por processo inflamatório associado à organização do trabalho e às tecnologias utilizadas. A doença, que não é psicológica, quando não tratada é de característica evolutiva e incapacitante. Esse perfil tem preocupado os estudiosos em saúde do trabalhador, porque ocorre na idade mais produtiva do profissional.

De acordo com a doença de base da DORT, o quadro clínico é específico a cada uma dessas afecções, como, por exemplo, tendinite, bursite, sinusite etc. Os casos não específicos são enquadrados nos seguintes estágios:

• GRAU I: sensação de peso e desconforto nos membros afetados; dor espontânea, às vezes com pontadas, que aparece durante o trabalho e não interfere na produtividade; melhora com repouso; sinais clínicos ausentes.
• GRAU II: dor persistente e intensa; dor tolerável, mas com redução da produtividade; sensação de formigamento, calor e distúrbio de sensibilidade; pode haver irradiação; sinais clínicos ausentes.
• GRAU III: dor persistente; irradiação mais definida; perda de força e parestesia; queda da produtividade; sinais clínicos: edema, hipertonia muscular constante; alteração da sensibilidade; dor na mobilização da musculatura e nervo; repouso só atenua a intensidade da dor; prognóstico reservado.
• GRAU IV: dor forte, contínua e insuportável; perda de força e do controle dos movimentos; capacidade de trabalho anulada; invalidez pela impossibilidade de trabalho produtivo regular; sinais clínicos: edema persistente, podendo aparecer deformidades, alterações psicológicas como depressão, ansiedade angústia.
 
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Referências Bibliográficas:
1. Lewith GT, Kenyon JN. Physiological explanation for the mechanism of acupunture as a treatment for chronic pain. Soc Sci Méd 1984;19(12): 1367-78.
2. Biella G, Sotgiu ML, Pellegata G, Paulesu E, Castiglioni I, Fazio F. Acupunture produces central activations in pain regions. Institute of Neuroscience and Bioimaging, Milan, Italy.
3. Barreto, H. J.J. Como prevenir as lesões mais comuns do cirurgião dentista. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, v. 58, n.1, p. 6-7, jan/fev.2001.
4. Frazão, P. Dores do ofício. Revista da ABO Nacional, São Paulo, v. 8, n. 1, p.8-10, jan/fev. 2000.
5. Lopes, A.; Villanacci Neto, R. A síndrome do túnel carpal: um risco profissional para o cirugião dentista. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, São Paulo, v.48, n.6, p.1545-1552, nov/dez.1994.
6. Michelin, C. F.; Michelin, A. F.; Loureiro, C. A. Estudo epidemiológico dos distúrbios musculoesqueletais e ergonômicos em cirurgiões dentistas. Revista da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, v. 5, n.2,p. 61-67, jul/dez.2000
 Autor: Dr. Francisco Miguel
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