segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

NR 11

Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais


4. ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS
4.1. ARMAZÉM
Espaço físico fechado, destinado a guarda de recursos materiais ou patrimoniais, podendo estes, permanecerem alojados por longos ou curtos períodos de tempo.
Para que seja assegurada a máxima segurança aos trabalhadores do armazém, bem como à estrutura em si, estes devem possuir uma série de características técnicas.
4.1.1. Localização e Acessos
• Um armazém deve ser localizado de preferência em locais destinados as atividades industriais, longe de casas, hospitais ou zonas muito habitadas;
• Deve-se evitar as zonas propícias as intempéries climáticas;
• Deve estar a uma distância mínima de 10 metros de outros locais que o rodeiam;
• Deve proporcionar vias adequadas para o carregamento e descarregamento dos vários veículos de transporte;
• Devem existir pelo menos duas entradas de acesso ao armazém, uma delas para ser usada em casos de emergência.
4.1.2. Materiais de Construção do Armazém
• Na construção de um armazém deve evitar-se a utilização de materiais combustíveis;
• A compartimentação deste deve ser com paredes e tetos corta-fogo;
• O pavimento deve ser liso, impermeável, e feito de um material antiderrapante;
4.1.3. Ventilação e Aquecimento das Instalações
• Os armazéns devem possuir sistemas de renovação de ar e ventilação, se possível natural;
• Recomenda-se a colocação de uma grelha em todas as aberturas, para evitar a entrada de animais;
• O sistema de aquecimento deve funcionar através da utilização de energia elétrica, vapor ou água quente;
4.1.4. Iluminação do Armazém
É imprescindível a realização de estudos referentes aos níveis recomendados para as diversas seções. Na necessidade do uso de iluminação artificial, ela deve ser colocada por cima dos corredores, a uma altura mínima de um metro do mais alto produto armazenado.
4.1.5. Proteção do Armazém contra Descargas Atmosféricas
Em todos os armazéns é obrigatória a existência de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas, isto é, a existência de um pára-raios.
4.1.6. Saídas de Emergência
Num armazém, além das portas principais, devem existir saídas de utilização exclusiva em situação de emergência.Estas devem estar bem sinalizadas, devem permitir uma abertura fácil a partir do interior, não devem estar obstruídas por qualquer tipo de equipamento ou mercadoria e devem estar situadas a uma distância máxima de 30 metros de qualquer ponto interior do armazém.
4.2 ARMAZENAGEM
Conjunto de atividades com função logística de abastecimento que requer métodos e técnicas adequadas de recepção, descarga, carregamento, arrumação, guarda, manutenção e conservação de matérias primas, produtos acabados ou semi-acabados, com o intuito de manter a qualidade do produto.
RAZÕES PARA ARMAZENAR:
1) Reduzir os custos com transporte;
2) Coordenação de suprimento e demanda (Caso trabalhe-se com produto sazonal, deve-se estocar esses produtos para venda fora da safra/época);
3) Auxiliar no processo de produção (Certos produtos, como queijos e bebidas alcoólicas, precisam de um período de tempo para maturação);
4) Auxiliar o setor de marketing (É importante a disponibilidade do produto para o mercado. Pela estocagem do produto próximo ao consumidor se tem uma entrega mais rápida e melhoria no nível de serviço, com isso o processo de marketing será um sucesso).
Armazenagem, controle e manuseio de mercadorias são componentes essenciais da logística. É muito importante controlar o estoque. Os custos com armazenagem e manuseio de mercadorias podem absorver de 10 a 40% das despesas logísticas de uma firma. Torna-se indispensável uma perfeita avaliação financeira do estoque para proporcionar informações exatas e atualizadas das matérias primas e produtos em estoque sob responsabilidade da empresa.
Podemos avaliar os estoques pelos métodos de custo médio, FIFO (peps) e LIFO (ueps).
FIFO – O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito para ordem de entrada de material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que sairá, e assim utilizarmos seus valores na contabilização do estoque.
LIFO – Considera que o primeiro a sair deve ser o último que entrou em estoque, sempre teremos uma valorização do saldo baseada nos últimos preços.
CUSTO MÉDIO – Tem por metodologia a fixação de preço médio entre todas as entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens é feito normalmente pela quantidade da própria ordem de fabricação e os valores finais de saldo são dados pelo preço médio dos produtos.
CURVA ABC - A Curva ABC classifica os itens da empresa por grau de importância, sendo os materiais necessários para seu funcionamento classificados como A, os estoque e itens que são necessários, mas não atrapalham seu funcionamento caso faltem por um determinado período é considerado como B e os materiais administrativos como canetas, papeis, lápis entre outros são considerados como C.
Toda empresa deve ter um sistema de identificação e catalogação de todos os seus itens. O sistema de classificação é essencial para qualquer área de materiais porque proporciona facilidades em identificar imediatamente o endereço da guarda do material.
"A armazenagem quando efetuada de uma forma racional se traduz diretamente em reduções de custos".
Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se:
• Máxima utilização e aproveitamento do espaço;
• Efetiva utilização dos recursos disponíveis;
• Maior proteção aos itens estocados reduzindo perdas;
• Boa organização e pronto acesso a todos os itens, facilitando a fiscalização do processo e consequentemente diminuindo erros;
• Redução de riscos de acidentes;
• Satisfação e aumento da motivação dos trabalhadores;
• Satisfação das necessidades dos clientes.
Em relação ao armazenamento de materiais :
1) Deve sempre ser levada em consideração a resistência do pavimento, pois o peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o piso(subitem 11.3.1);
2) Qualquer tipo de equipamento ou mercadoria armazenada deverá ser disposto de forma a evitar a obstrução do trânsito, da iluminação, de portas, do acesso aos equipamentos contra incêndio e as saídas de emergências (11.3.2 e 11.3.4);
3) É necessário o afastamento de 1 metro entre a parte superior dos produtos e o teto e de, no mínimo, 50 cm entre os produtos e as paredes para possibilitar uma melhor ventilação, evitar acidentes durante o manuseio dos materiais e facilitar o combate ao fogo em caso de incêndio (11.3.3);
4) Deverão ser removidos das estruturas pregos, arames ou qualquer objeto que se projete para fora oferecendo perigo;
5) O empilhamento deve ser geometricamente simétrico, obedecendo a medidas padronizadas, sem deixar pontas para fora do alinhamento, pois um empilhamento mal feito pode levar ao tombamento dos produtos;
"Todo armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais a cada tipo de material – subitem 11.3.5 da NR 11".
Deve-se verificar e avaliar qual tipo de produto será estocado, para assim saber quais são os cuidados específicos e necessários de cada material. Dependendo das características dos materiais, a armazenagem pode ser simples ou complexa.
A armazenagem se torna complexa em virtude de:
a) Fragilidade;
b)Combustividade;
c) Volatilização;
d) Oxidação;
e) Explosividade;
f) Intoxicação;
g) Radiação;
h) Corrosão;
i) Inflamabilidade;
j) Volume;
k) Peso;
l) Forma.
Ao armazenar:
• Sacos e fardos – As camadas de pilhas devem ser intercaladas. À altura de 1,20m devem ir sendo recuadas de 2,5cm para cada 30 cm de altura adicional de pilha.
• Postes, canos, cilindros, barras redondas – Usar prateleiras ou cavaletes que impeçam o movimento do material.
• Madeiras – Neste empilhamento as madeiras devem estar dispostas de forma cruzada.
• Barris, tambores e rolos – O empilhamento pode ser feito tanto vertical como horizontalmente. Na horizontal a pilha deve ter forma de uma pirâmide e presas com calços de madeira na camada de baixo. Na vertical os barris e tambores são empilhados em camadas desencontradas com tábuas ou estrados entre uma camada e outra, ou ainda, pode ser feito dentro de diques de contenção adequados aos volumes estocados.
• Caixotes e caixas de papelão – Todas devem ter um tamanho uniforme em qualquer empilhamento e não devem ser dispostas em locais úmidos.
• Materiais inflamáveis, corrosivos, detonáveis, tóxicos, radioativos e oxidantes - Deve ser dada uma atenção especial ao empilhamento de produtos químicos. Armazenagem destes materiais deve ser feita em locais secos, ventilados e isolados de outras áreas ou instalações. Não devem ter mais de duas ou três camadas. Os recipientes de líquidos inflamáveis deverão ser armazenados sempre sobre estrados. "É imprescindível um sistema de identificação e rotulação para estes produtos".
4.1.7. Tipos de Armazenagem
Armazenagem especial - onde a mercadoria necessita de ambientes climatizados ou isolados, projetados sob rígidas normas de segurança, ou ser armazenada segundo o método FIFO, ou seja, primeira que entra primeira que sai.
Armazenagem por agrupamento e tamanho - facilita as tarefas de arrumação e busca de materiais e permite bom aproveitamento do espaço.
Armazenagem homogênea - armazenagem de grandes quantidades de um único material em uma posição no depósito.
Armazenagem mista - onde é possível armazenar quantidades pequenas de diversas espécies de materiais na mesma área de depósito.
Armazenagem por frequência - armazenagem de acordo com a frequência com que o material é movimentado.
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote diário - constituída por um segundo armazém de pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia-a-dia.
Armazenagem por setores de montagem - as peças de série são englobadas num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por família de peças.
Armazenagem em área externa - diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que necessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos pátios externos do almoxarifado, além dos materiais a granel, tambores e contedores, peças fundidas, chapas de metal e outros.
A figura abaixo demonstra a largura mínima de corredores e a altura máxima de empilhamento. Cabe também considerar que o peso e o volume das cargas, além dos meios previstos para a entrada e saída de materiais, influem sobre a estrutura e o dimensionamento de seus elementos construtivos.
MANUSEIO
LARGURA MÍNIMA
DO CORREDOR (m)
ALTURA MÁXIMA
DE EMPILHAMENTO (m)
Manual
1,00 – 1,50
1,50 – 2,00
Empilhadeiras de contrapeso
3,00 – 4,00
4,00 – 5,00
Empilhadeira retráteis
2,00 – 3,00
4,00 – 5,00
Empilhadeiras de garfos laterais
1,50 – 2,00
10,00 – 15,00
Empilhadeiras direcionais com Garfos retráteis
1,50 – 2,00
10,00 – 15,00
Transelevadores de garfos deslocáveis para entrada lateral
1,00 – 1,50
10,00 – 15,00
Tabela largura do corredor e altura do empilhamento das estruturas
As estruturas de armazenagem mais utilizadas são:
• Empilhamento sobre o piso (Blocagem);
• Porta paletes simples ou duplos (Estruturas metálicas);
• Drive-In e Drive-Through (Estantes que permitem armazenar um grande número de pallets em uma pilha vertical);
• Cantilever (para itens compridos);
• Dinâmico (Sistema indicado para materiais a serem armazenados de conformidade com princípio de que o primeiro que entra primeiro que sai);
• Flowrack de caixas (para materiais de pequeno volume e peso, cuja armazenagem dispensa a utilização de palete, e atende materiais de no máximo 80 Kg)

Suellen Silva de Melo Mesquita
Trabalho Acadêmico do Curso de Engenharia de Produção
UCP (Universidade Católica de Petrópolis)
Fonte: http://www.movikraft.com.br/noticias/173-nr-11-parte-04-de-05
 

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